1. Ora, depois que Rute voltou para sua sogra, esta disse-lhe: Minha filha, eu quero procurar-te descanso, e o farei de modo que fiques bem.

2. Este Booz, com cujas criadas andaste junta no campo, é nosso parente, e esta noite joira a cevada na sua eira.

3. Lava-te, pois, unge-te, toma os teus melhores vestidos e vai à (sua) eira. Não te veja este homem, sem que tenha acabado de comer e de beber.

4. Quando for dormir, observa o lugar em que dorme. Irás, levantar-lhe-ás a capa com que se cobre da parte dos pés, e ali te deitarás, e ele mesmo te dirá o que deves fazer.

5. Ela respondeu: Farei tudo o que mandares.

6. Foi para a eira, e fez tudo o que a sogra lhe tinha mandado.

7. Quando Booz, depois de ter comido e bebido, depois de estar mais alegre, se deitou a dormir junto de um monte de feixes, ela foi muito de mansinho, e, tendo-lhe levantado a capa pelos pés, deitou-se ali.

8. Pela meia noite o homem despertou espavorido e torvado, ao ver uma mulher deitada aos seus pés,

9. e disse-lhe: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva. Estende a tua capa sobre a tua serva, porque és parente (de meu marido, devendo por isso receber-me por esposa, visto que ele morreu sem filhos).

10. Ele disse: Filha, bemdita sejas do Senhor, que excedeste a tua primeira bondade com esta de agora, pois que (sendo jovem) não buscaste jovens pobres ou ricos (mas aquele que a lei determina).

11. Não temas, pois, que eu te farei tudo o que me disseres, porque todo o povo que habita dentro das portas da minha cidade, sabe que és uma mulher de virtude.

12. Não nego que sou teu parente, mas há outro mais próximo que eu.

13. Descansa esta noite; quando for manhã, se ele te quiser receber pelo direito de parentesco, está bem; se não quiser, viva o Senhor, que eu sem dúvida alguma te hei-de receber; dorme até pela manhã, (ver nota)

14. Ela pois dormiu a seus pés, até ao fim da noite, e levantou-se antes que os homens se pudessem conhecer uns aos outros. Booz disse: Vê, não saiba ninguém que vieste aqui.

15. E acrescentou: Estende a capa com que te cobres, seguia-a com ambas as mãos. Ela estendeu-a e segurou-a, e ele deu-lhe seis medidas de cevada, que lhe pôs às costas. Ela, levando-as, entrou na cidade,

16. e foi ter com sua sogra, a qual lhe disse: Que fizeste filha? (Rute) contou-lhe tudo o que o homem tinha feito por ela.

17. E acrescentou: Eis aqui seis medidas de cevada que ele me deu, dizendo: Não quero que voltes vazia para tua sogra.

18. Noemi disse: Espera, filha, até vermos em que pára este negócio, porque aquele homem não descansará enquanto não cumprir o que prometeu.





“Se você fala das próprias virtudes para se exibir ou para vã ostentação perde todo o mérito.” São Padre Pio de Pietrelcina