Lamentações, 4

Bíblia Matos Soares (1956)

1 ALEF. Como se escureceu o ouro, (como) perdeu o seu brilho o ouro fino? (Como) foram espalhadas as pedras sagradas pelos ângulos de todas as ruas?

2 BET. Os ilustres filhos de Sião, tidos por ouro fino, como foram considerados vasos de terra, obras de mãos de oleiro?

3 CHIMEL. Até as fêmeas dos chacais oferecem os seus peitos, dão leite às suas crias; porém a filha do meu povo tornou-se cruel, como as avestruzes no deserto.

4 DALET. A língua do menino de peito por causa da sede, ficou pegada ao seu paladar: os pequeninos pediram pão, e não havia quem lho repartisse.

5 HÉ. Os que comiam manjares esquisitos, morreram (de fome) nos caminhos; os que tinham sido criados entre púrpuras, abraçaram o esterco.

6 VAU. A iniquidade da filha do meu povo foi maior que o pecado de Sodoma, subvertida num momento, sem que mãos (humanas) se levantassem contra ela.

7 ZAIN. Os seus príncipes eram mais brilhante que a neve, mais brancos que o leite; mais vermelho que o coral, era o seu corpo; o seu aspecto era duma safira.

8 HET. (Porém agora) o seu rosto está mais negro que os carvões; já não se reconhecem nas ruas; a sua pele pegou-se aos ossos, seca como lenha.

9 TET. Foram mais felizes os mortos à espada que os mortos de fome, pois estes definham (lentamente), consumidos pela falta de frutos dos campos.

10 JOD. Mulheres ternas cozinharam, com as suas mãos, os próprios filhos os quais lhes serviram de mantimento na ruína da filha do meu povo.

11 CAP. Deu O Senhor satisfação ao seu furor, derramou o ardor da sua indignação, ateou um fogo em Sião, que devorou os seus fundamentos.

12 LAMED. Nunca acreditaram os reis da terra, nem quaisquer moradores do mundo, que entraria o inimigo, o adversário, pelas portas de Jerusalém.

13 MEM. (Mas entrou) por causa dos pecados dos seus profetas, por causa das iniquidades dos seus sacerdotes, que derramaram no meio dela o sangue dos justos.

14 NUN. Erravam como cegos nas praças, manchados de sangue, de forma que se não podia tocar nas suas vestes.

15 SAMEC. Apartai-vos, imundos — lhes gritavam; retirai-vos, ide-vos, não nos toqueis. Quando partiam e andavam errantes, disseram entre as gentes: Não continuem a habitar aqui.

16 FE. A face (irritada) do Senhor os dispersou, não torna a olhar para eles. Não respeitam a pessoa dos sacerdotes, nem se compadecem dos anciães.

17 .AIN. Consumiam-se os nossos olhos na esperança dum vão socorro, olhando atentos para uma nação, que nos não podia salvar. (ver nota)

18 SAEE. (Os inimigos) observavam os nossoss passos, não podíamos andar pelas ruas. Está chegado o nosso fim, os nossos dias estão cumpridos. Sim, chegou o nosso termo.

19 COF. Os nossos perseguidores foram mais velozes que as águias do céu; perseguiram-nos sobre os montes, armaram-nos ciladas no deserto.

20 RES. O sopro das nossas narinas, o ungido do Senhor, foi apanhado nas suas armadilhas, esse de quem dizíamos: À sua sombra viveremos entre as nações. (ver nota)

21 SIN. Alegra-te, regozija-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Hus: a ti também será passado o copo (da tribulação): serás dele embriagada e desnudar-te-ás.

22 THAU. Chegou ao seu termo o castigo da tua maldade, ó filha de Sião: (o Senhor) não te tornará mais a deportar. Castigará a tua iniquidade, ó filha de Edom, descobrirá os teus pecados.




Versículos relacionados com Lamentações, 4:

Lamentações 4 fala sobre a destruição de Jerusalém e a punição que o povo sofreu por causa de seus pecados. O capítulo também descreve a situação desesperadora dos habitantes da cidade, que passaram fome e sofreram outras formas de violência. Aqui estão cinco versículos relacionados com os temas abordados em Lamentações 4:

Salmos 137:7: "Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom, no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces." Este salmo é uma lamentação dos judeus que foram levados cativos para a Babilônia, e ele lembra do sofrimento dos habitantes de Jerusalém. O verso citado pede que Deus se lembre daqueles que contribuíram para a destruição da cidade.

Isaías 3:8: "Jerusalém está arruinada, e Judá caiu; porque a sua língua e as suas obras são contra o Senhor, para provocarem os olhos da sua glória." Este verso descreve a queda de Jerusalém e Judá, e atribui a culpa aos seus habitantes por causa de suas ações pecaminosas.

Ezequiel 5:10: "Portanto, os pais comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a seus pais; e executarei em ti juízos, e tudo o que restar de ti espalharei a todos os ventos." Este verso descreve a fome extrema que ocorreu durante o cerco de Jerusalém, que levou as pessoas a recorrerem ao canibalismo.

Lamentações 4:9: "Os que foram mortos à espada foram mais felizes do que os que morreram de fome; porque estes, esgotados pelos efeitos da fome, iam desfalecendo aos poucos, até expirarem, ao passo que aqueles, atravessados pela espada, morriam subitamente." Este verso descreve a diferença entre as mortes que ocorreram durante o cerco, e afirma que morrer pela espada era preferível à morte lenta e agonizante por causa da fome.

Jeremias 19:9: "Farei com que comam a carne de seus filhos e a carne de suas filhas, e comerão cada um a carne do seu próximo, durante o cerco e no aperto com que os apertarão os seus inimigos, e os que procuram tirar-lhes a vida." Este verso é uma profecia da destruição de Jerusalém, e afirma que o povo sofrerá tanto durante o cerco que recorrerá ao canibalismo para sobreviver.





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